🌿 Crônicas que Respiram
Capítulo 2 – No Vale da Humilhação
A noite havia descido por completo sobre o Egito, e a brisa cortava o silêncio com murmúrios antigos…
Efraim se aconchegou mais perto. Manassés mantinha os olhos fixos em mim, como se já soubesse o que viria.
— Filhos… se o poço foi um grito, então o vale foi o silêncio.
Depois que me tiraram daquele buraco, minha esperança se ergueu por um instante —
mas logo se apagou ao ver os olhos de quem me comprava.
Negociaram minha vida por algumas moedas.
Vendido como quem vende um animal.
Não havia dignidade, nem nome, nem lar.
A única coisa que levava comigo…
era a promessa.
Ela estava ferida.
Silenciosa.
Mas viva.
Fui levado para uma terra estranha. Língua que eu não entendia, costumes que não me pertenciam.
Fui comprado por Potifar, oficial de Faraó. E lá… comecei de novo.
Como escravo.
— Sabem, filhos… há dores que nos fazem crescer por dentro.
Na casa daquele homem, eu aprendi a servir com excelência.
Se havia algo para fazer, eu fazia como se fosse para o meu Deus — mesmo ali, onde ninguém o conhecia.
Eu era servo… mas minha alma se mantinha livre.
E por isso, tudo o que eu tocava prosperava.
Mas nem sempre a integridade é aplaudida.
A mulher de Potifar mentiu.
Tornei-me réu de um crime que nunca cometi.
E, mesmo sem defesa, sem testemunha, sem justiça…
fui lançado na prisão.
Ah, meus filhos… aquele foi o verdadeiro vale.
Ali, onde ninguém me aplaudia.
Ali, onde ninguém via meu esforço, minha fidelidade, minha dor.
Foi o lugar onde minha alma foi esmagada… e ainda assim, permaneceu em pé.
Sabe por quê?
Porque naquele lugar onde os homens me esqueceram…
Deus permaneceu comigo.
Eu o sentia no silêncio.
Na forma como a paz me visitava durante a noite.
Na maneira como Ele me fazia enxergar os sonhos dos outros — mesmo quando os meus pareciam mortos.
Dois prisioneiros sonharam…
E Deus me deu o sentido.
O copeiro foi restaurado. O padeiro, não.
Mas quando pedi ao copeiro que se lembrasse de mim…
ele se esqueceu.
Dois anos inteiros passaram.
Dois anos de espera.
Dois anos ouvindo vozes no escuro me dizendo:
— “Acabou.”
— “Você não vai sair daqui.”
— “A promessa foi enterrada.”
Mas no fundo… mesmo no fundo do vale…
eu escutava outra voz.
Aquela mesma, suave e constante:
— “Eu ainda estou aqui.”
Filhos… foi ali que aprendi algo eterno:
A promessa não morre onde Deus habita.
E Ele habita até mesmo nas celas.
Nas dores.
Nos becos sem saída.
Não deixem que o mundo defina quem vocês são pelas circunstâncias.
A prisão não fez de mim um prisioneiro.
Ela apenas provou que Deus é fiel… mesmo quando tudo parece desabar.
🌒 “Deus não se esquece de quem continua sonhando mesmo no escuro.”
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Vamos espalhar essas histórias que respiram fé e eternidade.
#CrônicasQueRespiram
📖 Capítulo 1 – “O Filho dos Sonhos” 🌾
📖 Capítulo 2 – “No Vale da Humilhação”🌾
📖 Capítulo 3 – “O Trono e o Perdão” 🌾
📖 Capítulo 4 – “Dois nomes, uma promessa”🌾
📖 Capítulo 5 – “O Naufrágio” ⚓
📖 Capítulo 6 – “A ilha” ⚓
📖 Capítulo 7 – “O ultimo Olhar” ⚓
📖 Capítulo 8 – “Perdão Imerecido" 🔓
📖 Capítulo 9 – “Liberdade que condena”🔓
📖 Capítulo 10 – “O ponto final”🔓
📖 Capítulo 11 – “Três Túmulos e um berço” 💧
📖 Capítulo 12 – “O campo onde floresce a esperança."💧
📖 Capítulo 13 – “Renovando o nome entre lágrimas” 💧
📖 Capítulo 14 – “Rompendo Fronteiras"🌾
📖 Capítulo 15 – “O Céu Chorou.” 🌧️
📖 Capítulo 16 – “O Túmulo Vazio" 🌧️
📖 Capítulo 17 – “No caminho, o Fogo” 🔥
📖 Capítulo 18 – “O homem de Ouro"👑
📖 Capítulo 19 – “Coração de Besta”👑
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