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⚓ A Ilha

  Crônicas que respiram – Vol. II

Capítulo 2 – A Ilha

Uma carta de Júlio, o comandante, ao carrasco de Paulo


Ao homem que segurou a espada…

Você me perguntou o que ele via.
Ainda penso nisso toda noite.
A resposta talvez esteja naquela ilha.

Depois do naufrágio, pensei que era o fim.
Nos arrastamos, molhados, feridos, carregando os restos do navio e os estilhaços da esperança.
Chovia cinza.
O céu parecia pesar mais que o mar.

Mas Paulo... andava entre nós como se o sol estivesse brilhando só pra ele.

E então veio o fogo.
O povo daquela ilha acendeu uma fogueira.
Nos deram pão, mel e um olhar desconfiado.
Não sabiam quem éramos.
Mas Paulo não carregava correntes nos pulsos —
carregava promessas.

Eu vi.
Com estes olhos marcados por guerras e sede de poder,
eu vi a serpente saltar do fogo e cravar-se no braço dele.

Houve um silêncio.
O tipo de silêncio que antecede a morte.
Eles esperavam que ele caísse. Inchasse. Morreria, diziam.
Mas ele apenas...
sacudiu a serpente nas chamas e continuou a servir.

Como se nada tivesse acontecido.
Como se já não pertencesse a este mundo.

Aqueles nativos começaram a cochichar:

“É um deus!”
“É um espírito!”

Eu apenas observava.
Até que entendi algo que talvez nem os próprios habitantes da ilha entenderam.

Eles não estavam diante de um deus.
Estavam diante de um servo que andava com Deus.

 

E aí, o milagre não foi a serpente.
Foi o velho Publio, o chefe da ilha, cujo pai ardia em febre.

Paulo entrou, orou, impôs as mãos...
E o velho abriu os olhos como quem renasce.

Depois disso, toda a ilha veio.
E cada toque dele parecia carregar o eco de um Reino que não se vê,
mas que se sente.

Você vê, carrasco…
o prisioneiro havia se tornado portador da liberdade.
Curava onde antes era tratado como ameaça.
Erguia onde o mundo o havia jogado ao chão.

Eu, comandante de homens,
Aprendi a ser discípulo de um acorrentado.

E às vezes me pergunto…
se era realmente Paulo quem estava preso,
ou se éramos nós, acorrentados à incredulidade.

Ele partiu daquela ilha como quem deixa sementes.
E sei… um dia eu também partirei desta terra.

Mas agora, diferente de antes,
eu sei para onde vou.

Porque Paulo…
nos apontava sempre para um verdadeiro Deus.

✉️ Se essa crônica falou ao seu coração, curta, comente e compartilhe. Que mais corações encontrem liberdade, mesmo entre as correntes da vida.


🌿 Crônicas que Respiram
📖 Capítulo 1 – “O Filho dos Sonhos” 🌾
📖 Capítulo 2 – “No Vale da Humilhação”🌾
📖 Capítulo 3 – O Trono e o Perdão 🌾
📖 Capítulo 4 – “Dois nomes, uma promessa”🌾
📖 Capítulo 5 – O Naufrágio   
📖 Capítulo 6 – “A ilha” 
📖 Capítulo 7 – “O ultimo Olhar”  
📖 Capítulo 8 – “Perdão Imerecido" 🔓
📖 Capítulo 9 – “Liberdade que condena”🔓
📖 Capítulo 10 – “O ponto final”🔓
📖 Capítulo 11 – “Três Túmulos e um berço” 💧
📖 Capítulo 12 – O campo onde floresce a esperança."💧
📖 Capítulo 13 – “Renovando o nome entre lágrimas” 💧 
📖 Capítulo 14 – “Rompendo Fronteiras"🌾
📖 Capítulo 15 – “O Céu Chorou.” 🌧️
📖 Capítulo 16 – “O Túmulo Vazio" 🌧️
📖 Capítulo 17 – “No caminho, o Fogo” 🔥
📖 Capítulo 18 – O homem de Ouro"👑
📖 Capítulo 19 – “Coração de Besta”👑
📖 Capítulo 20 – Onde mora o Altíssimo"👑

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