O dia em que parei de me trair Por muito tempo, fui alguém que precisava ser visto. Talvez por carência, talvez por fé. Mostrava o que criava com a alma acesa — esperando que alguém parasse para olhar. Mas o mundo, ocupado demais, não tem tempo para sonhos silenciosos. Então, calei. Abracei os planos de outros como se fossem meus. E, com isso, conquistei coisas grandes. Mas quanto mais eu subia, mais sentia que deixava algo para trás: a minha essência. Por dentro, algo morria devagar. A criatividade virou tarefa. A arte, rotina. A vida, um papel que aprendi a interpretar. E o tempo passou… Até que um dia, o fardo do sonho alheio pesou demais. Eu despenquei. E naquele chão, reencontrei o que tinha perdido: a mim mesmo. Desde então, decidi viver diferente. Voltei a sonhar — mas agora em silêncio. Voltei a criar — mas sem plateia. Voltei a viver — não pelo que os outros esperam, mas pelo que me dá sentido. Hoje, a ansiedade não me domina mais. E aquele que fui, o que se p...