Quando o Amor Transcende Barreiras
Baseado em Lucas 10:30-37
Imagine uma estrada poeirenta, ladeada por oliveiras balançando suavemente ao vento. O calor do sol aquece a terra e o ar está pesado, quase palpável. Você ouve o som de cascalhos sendo esmagados sob os pés de um viajante. É o caminho de Jerusalém a Jericó, conhecido por ser perigoso. Bandos de ladrões espreitam nas curvas, e o perigo parece estar em cada sombra.
Agora, olhe mais de perto. Ali, ao lado da estrada, está um homem. Despido. Ferido. À beira da morte. Ele não tem forças para pedir ajuda. Só respira, fraco, agarrando-se ao último fio de vida.
Jesus nos leva a esta cena. Ele a pinta com cores vívidas, mas não para nosso entretenimento. É para ensinar. E o que Ele quer que aprendamos? Que o amor verdadeiro transcende barreiras.
Primeiro, entram em cena dois homens: um sacerdote e um levita. Figuras religiosas. Exemplos de piedade, certo? Mas eles veem o homem ferido e, com uma rápida olhada, passam ao largo. Talvez eles tenham motivos. Talvez estivessem atrasados para um compromisso importante. Talvez temessem se contaminar. Seja qual for a razão, eles deixam o homem para trás.
E então, aparece o terceiro personagem: um samaritano. Ah, o samaritano! Só a menção dessa palavra faria os ouvintes de Jesus estremecerem. Judeus e samaritanos não se misturavam. Eram rivais, até inimigos. Mas é ele – o menos provável dos três – que sente compaixão.
Agora, pare e sinta essa palavra: compaixão. Ela não é apenas um pensamento rápido, algo que passa e desaparece. No original grego, essa palavra transmite algo profundo, visceral. Um movimento nas entranhas, uma emoção que o força a agir.
O samaritano não apenas vê; ele para. Ele se aproxima. Ele cuida. Derrama azeite e vinho nas feridas, coloca o homem em seu próprio animal, o leva até uma hospedaria e ainda deixa dinheiro para que ele receba os cuidados necessários.
Esse é o amor que Jesus quer que conheçamos. Um amor que não calcula o custo, que não olha para credenciais ou cor de pele. Um amor que simplesmente age.
Não é assim que o próprio Jesus nos ama? Ele viu nossas feridas. Não passou ao largo. Ele veio. Ele desceu. Ele se aproximou. E, com Suas mãos marcadas pelos cravos, Ele nos curou.
Pense no que Paulo escreveu em Romanos 5:8:
“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.”
Essa é a essência da parábola do Bom Samaritano. Ela não é apenas uma história para admirarmos. É um convite para vivermos de forma diferente.
Jesus encerra com um desafio: “Vai e faze o mesmo.”
E aqui estamos, no século XXI, caminhando pelas nossas próprias estradas de Jerusalém a Jericó. Quem são os feridos que encontramos? Talvez seja o vizinho que perdeu o emprego, o colega que luta contra a depressão, ou o estranho que vemos à margem da sociedade.
Jesus nos chama a amar como Ele ama. Não de palavra, mas de fato e de verdade (1 João 3:18). Ele nos pede para ultrapassarmos nossas barreiras, deixarmos nossos preconceitos para trás e sermos os primeiros a estender a mão.
Você consegue ouvir o chamado? Olhe ao seu redor. O mundo está cheio de feridos à beira do caminho. Que você e eu possamos ser aqueles que param, cuidam e amam – com o mesmo amor que recebemos dEle.
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