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Os Credores e os Dois Devedores

Os Credores e os Dois Devedores

Texto: Lucas 7:41-43
Local: Casa de Simão, o fariseu (em algum lugar da Galileia)

    Em um simples jantar, em uma casa na Galileia, uma cena memorável se desenrolou. Jesus estava na casa de Simão, o fariseu, rodeado de olhares que variavam entre a curiosidade e o julgamento. Enquanto Ele conversava, uma mulher conhecida por seu passado de pecado entrou, trazendo um frasco de alabastro com perfume. Sua presença chocou os presentes, mas ela não se intimidou. Chorando aos pés de Jesus, lavou-os com suas lágrimas, enxugou-os com seus cabelos e ungiu-os com o perfume.

    O silêncio foi rompido pelo pensamento de Simão: “Se este homem fosse profeta, saberia quem e que tipo de mulher é esta que o toca; porque é pecadora” (Lucas 7:39). Jesus, conhecendo o coração de Simão, respondeu com uma parábola:

    “Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro cinquenta. Como não tinham com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles, então, o amará mais?”

    Simão respondeu: “Suponho que aquele a quem mais perdoou.”

    Jesus então afirmou: “Julgaste bem.”

A Parábola e Seus Elementos

    A parábola apresentada por Jesus é curta, mas profundamente reveladora. Ela descreve um credor e dois devedores, um com uma dívida dez vezes maior que o outro. Ambos estão incapazes de pagar, e o credor, em um ato de graça, perdoa as duas dívidas.

    O credor representa Deus, enquanto os devedores simbolizam a humanidade em sua condição de pecado. A dívida é o peso de nossos erros e falhas diante da santidade divina.

A Grandeza do Perdão

    Jesus usou a parábola para ensinar que a experiência do perdão divino gera amor profundo e genuíno. A mulher pecadora, que era vista com desprezo, reconhecia a enormidade de sua dívida e a grandeza do perdão que recebera. Seu ato de lavar os pés de Jesus e ungi-los com perfume era a expressão mais pura de gratidão e amor.

    Simão, por outro lado, representava aqueles que acreditam que sua dívida é pequena ou inexistente. Ele se via como justo, medindo sua santidade pelas aparências externas e desprezando aqueles que considerava inferiores. Sua falta de amor e hospitalidade demonstrava que ele ainda não compreendia sua necessidade de perdão.

O Coração do Evangelho

    A história dos dois devedores nos ensina que todos somos devedores diante de Deus. Seja a dívida grande ou pequena, ninguém é capaz de pagar por seus próprios méritos. O perdão é um presente oferecido por meio da graça divina, não pelas obras humanas.

    Jesus confrontou Simão e os outros presentes, não com condenação, mas com uma verdade transformadora: a mulher, mesmo com seu passado de pecado, estava mais próxima do Reino de Deus porque reconhecia sua necessidade de perdão e respondia com amor.

    “Por isso, te digo: os muitos pecados dela foram perdoados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado, pouco ama” (Lucas 7:47).

Uma Lição para Nós Hoje

    A pergunta de Jesus continua ecoando: “Qual deles o amará mais?”

    A resposta está em nossa percepção do perdão que recebemos. Quanto mais reconhecemos nossa necessidade da graça de Deus, mais profunda será nossa gratidão e nosso amor por Ele.

    Que possamos olhar para o exemplo da mulher que, sem palavras, demonstrou sua fé e gratidão com ações que tocaram o coração de Jesus. Que abandonemos o julgamento de outros, como fez Simão, e aprendamos a enxergar a grandeza da graça divina, que perdoa tanto pequenas como grandes dívidas.

    “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mateus 5:6).


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As Parábolas de Jesus


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