Onde o Orgulho Afunda, a Alma Respira
(Mergulho no Jordão)
Há dores que se agarram à alma…
e resistem até ao toque da oração.
Pesos que a mente tenta racionalizar,
mas que o coração — orgulhoso — se recusa a expor.
Naamã não queria se despir.
Nem da armadura.
Nem do orgulho.
Muito menos da própria imagem de perfeição.
Mas há um ponto onde até os fortes reconhecem:
a lepra que ninguém vê… também mata.
Silenciosa. Profunda.
Por dentro.
E a cura?
Veio de um gesto simples.
Mergulhar.
Sete vezes.
Não bastava molhar o corpo.
Era preciso submergir a alma.
O orgulho teve que afundar,
antes que a pele fosse restaurada.
A voz interior teve que se calar,
para ouvir a Palavra que salva.
Quantas vezes resistimos à ordem divina
porque ela nos parece… pequena?
Insignificante diante do que sentimos.
Mas o rio continua correndo.
E a graça continua fluindo.
Hoje, talvez, Deus não te peça muito.
Apenas que desça.
Ao Jordão da rendição.
Ao lugar onde tua dor se encontra com a obediência.
Ao fundo onde o ego morre…
e a fé respira.
A cura pode estar logo abaixo da superfície.
Mas só desce quem confia.
Mergulhe.
Sete vezes.
Setenta vezes.
Quantas forem necessárias.
Porque no fundo das águas humildes…
há sempre um recomeço.
Del Gonçalves Lobato
Comentários
Postar um comentário
"Deixe seu comentário e compartilhe suas reflexões! Sua opinião é muito importante para nós e pode edificar outras vidas. Por favor, mantenha um tom respeitoso e construtivo ao interagir."