Fé de Emergência ou Intimidade Constante? Por Del Gonçalves Lobato Há poucas coisas tão simples e tão reveladoras quanto o momento em que o café acaba. Um gesto automático — abrir o armário pela manhã, esperando encontrar o aroma reconfortante que marca o início do dia — se transforma em frustração quando a embalagem está vazia. A ausência do café não é uma tragédia, mas ela interrompe o ritmo, desmonta o hábito, nos lembra de algo essencial que deixamos de repor. Essa imagem trivial revela muito sobre a maneira como lidamos com o espiritual. Assim como o café precisa ser renovado para manter sua presença constante em nossa rotina, a intimidade com Deus também exige cultivo diário. O problema é que muitos só percebem essa ausência quando já estão vazios, cansados, espiritualmente exaustos. Vivem uma fé de emergência — e não de constância. No ritmo acelerado da vida moderna, é comum tratarmos a espiritualidade como tratamos ...