Texto base: Juízes 11.1-7
A
história do homem Jefté na Bíblia, me chama bastante atenção,
principalmente a forma que ele lida com as rejeições, podemos tirar
uma grande lição desta história.
Sendo filho de Gileade um grande homem rico e popular, no entanto e marcado pela rejeição por sua família, por ser oriundo de uma “mulher da vida”, seu Pai, seus meios irmão, os anciãos e toda uma cidade lhes negaram o direito a sonhar por um futuro seguro, tiraram-lhe o sorriso e a alegria de ter a segurança de uma família, os olhares já não são os mesmos, acredito que tenha feito tudo humanamente possível para demonstrar o seu valor, sendo um bom filho, bom irmão, um homem respeitável e valente. Mas nada disso valeu para apagar a triste marca de ter nascido de uma prostituta.
Quem tem o poder de escolhe o local de nascimento? Seus pais, sua família ou, pelo menos, a terra natal? A reposta é ninguém… Todos somos chamados a entrar na fila do destino, traçado unicamente por Deus, nascemos zerados de sonhos, respirando o mesmo ar, sorrindo com os mesmos gestos, e a média que nossa consciência é formada, nos deparamos com um mundo injusto, corrompido pela degradação do pecado e lançado a um abismo escuro onde qualquer fonte de luz nos assusta, revelando nossa verdadeira forma podre e aterrorizante.
A medida que nos distanciamos da inocência e caminhamos com passos firmes rumo a independência, alimentamos um monstro insaciável que atormenta todo aquele que é nascido de Adão, “o orgulho do ter, ser e poder”.
Jefté experimentou o pior dos homens e deles nada poderia esperar pois estava fadado a conviver com esta marca pelo resto de sua vida, mas ele não tinha apenas uma marca humana, “era homem valente, (Jz 11.1a) ”, uma dádiva dos céus, estava destinado a ser grande, e desde de cedo todos podiam nota que nele havia diferença, a face podre dos homens nunca o intimidava, era lutador e vencedor por natureza. Está inconformidade com o abismo escuro, causava medo e ódio em todos que tentavam subjugá-lo. Afastar-se, não foi uma escolha própria, mais uma imposição provocada por aqueles que não conseguiam ver nele a bênção de Deus, mas apenas uma grande ameaça.
“São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso”. (Mt 6.22-23)
O mundo sempre tentará apagar o brilho da luz que tem dentro de nós, “Em tudo somo atribulados, mas não desanimados; perplexos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; 2Co 4:8-9”.
Sem família sem um lar, não tendo nada mais a perder, humilhou-se ainda mais, procurou abrigo no local, mas desprezado e esquecido de sua região, onde ninguém tinha desejo em morar. Que ironia dos homens com os olhos maus, desprezaram o melhor dos seus, considerando o indigno, não conseguem diferenciar a mão esquerda da direita, Em Tobe encontrou abrigo e morada, “A terra estava em trevas viu a luz”, foi aceito como um presente de Deus por todos os homens esquecidos e marginalizados que agora foram resgatados por Jefté, encontraram o “perdão do Pai”. Tobe tem o significado de bom ou notável, mais era desprezada pelos homens, Jefté significa o Pai perdoa ou Deus livra, e foi rejeitado pelos seus.
Ninguém será condenado a uma morte eterna pelos pecados que cometeu, muito menos pelas marcas dos homens, mas única e exclusivamente por não aceitar o perdão do Pai. O dia que acreditamos que somos melhores que alguém, que somos mais dignos do reino de Deus; por nossa vida de penitências, devoções ou dedicação a obra, estamos anulando o sacrifício de Cristo em nós, dizendo para ele, pode ir para Tobe “...pois dizes: Estou rico e abastardo e não preciso de coisa alguma,…” Deus nos exorta, “…e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu…” mas ele é misericordioso pois nos dá uma promessa, “...Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo…” (Ap 3. 15-20).
Que possamos ser como os homens de Tobe, que não alimentaram o monstro insaciável de suas velhas naturezas, que apesar de toda a escuridão em que viviam tiveram a coragem de olhar para a luz e aceitar o perdão de Deus, mudando o destino de toda uma nação.